OBESIDADE E COMPULSÃO ALIMENTAR

 

Publicado em: 23/02/2023 07:55 | Fonte/Agência: Anna - Associação Regional de Saúde do Sudoeste

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OBESIDADE E COMPULSÃO ALIMENTAR

A obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. A prevalência de obesidade tem aumentado de maneira epidêmica em todas as faixas etárias nas últimas quatro décadas e, atualmente, representa um grande problema de saúde pública no mundo.

A obesidade é de origem multifatorial que engloba diferentes dimensões: biológica, social, cultural, comportamental, de saúde pública e política. O desenvolvimento da obesidade decorre de interações entre o perfil genético de maior risco, fatores sociais e ambientais, por exemplo, inatividade física, consumo excessivo de calorias e de alimentos ultraprocessados, sono insuficiente, disruptores endócrinos, ambiente intrauterino, uso de medicamentos obesogênicos e status socioeconômico, dentre outros. Fatores genéticos, hormonais e relacionados ao ambiente em que estamos inseridos são exemplos de fatores que não estão sob nosso controle, o que faz ser um desafio perder peso para pessoas que vivem com excesso.

A obesidade está relacionada ao aumento do risco para outras doenças como as do coração, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doença do fígado e diversos tipos de câncer (como o de cólon, de reto e de mama), problemas renais, asma, agravamento da covid, dores nas articulações, entre outras, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida. Além disso, as evidências apontam a obesidade como importante fator de risco para a forma grave e letal da Covid-19.

Nesse contexto, considera-se que uma perda e manutenção de peso entre 5 e 10% do peso inicial já é suficiente para melhorias significativas nos parâmetros cardiovasculares e metabólicos, como risco cardiovascular, diminuição da pressão arterial, do colesterol e da glicemia, por exemplo. No entanto, é reconhecida a dificuldade dessa manutenção da perda de peso a longo prazo.

Sedentarismo

Nos países tecnologicamente avançados, a falta de atividade física é algo comum e contribui para o aumento dos casos de obesidade. As oportunidades de praticar atividades físicas deixaram de ser encorajadas com os avanços tecnológicos, como elevadores, carros e controles remotos. Mais tempo é gasto com atividades sedentárias, como usar computador, assistir à televisão e jogar videogames. Além disso, os empregos das pessoas se tornaram mais sedentários, pois as funções em escritórios ou com a pessoa sentada à mesa substituíram o trabalho manual. As pessoas sedentárias gastam menos calorias que as pessoas mais ativas e, dessa forma, devem consumir menos calorias em sua dieta. Se a ingestão de calorias não for devidamente reduzida, as pessoas ganham peso

COMPULSÃO ALIMENTAR

O transtorno da compulsão alimentar periódica é um transtorno alimentar caracterizado pelo consumo repetido de quantidades excepcionalmente grandes de alimentos (comer compulsivamente) acompanhado de um sentimento de perda de controle durante o episódio de compulsão alimentar. Os episódios de alimentação compulsiva não são seguidos por tentativas de compensar a ingestão excessiva de alimentos, por exemplo, livrando o corpo do excesso de alimento consumido (purgação).

Sintomas do transtorno da compulsão alimentar!

Durante um episódio de compulsão alimentar, a pessoa ingere uma quantidade de alimentos muito maior que a maioria das pessoas consumiria em um período semelhante e em circunstâncias semelhantes. Durante e após os episódios de compulsão alimentar, a pessoa sente como se tivesse perdido o controle e se sente angustiada.

É possível que a pessoa com transtorno da compulsão alimentar:

Coma bem mais rápido que o normal

Coma até se sentir desconfortável

Coma grandes quantidades de alimentos, mesmo estando sem fome

Coma sozinha para não ficar constrangida

Sinta-se desgostosa, deprimida ou culpada após um episódio de alimentação excessiva

O transtorno da compulsão alimentar causa angústia à pessoa que o tem, sobretudo se ela estiver tentando perder peso. Essas pessoas estão mais propensas a ter depressão ou ansiedade em comparação àquelas que não apresentam o transtorno. Além disso, as pessoas com obesidade e transtorno da compulsão alimentar periódica são mais propensas a ter preocupação com a forma física, com o peso ou ambos, do que as pessoas obesas que não comem compulsivamente.

Os alimentos com alta densidade energética são alimentos que oferecem um alto teor de calorias para uma quantidade relativamente pequena (volume), promovem o ganho de peso. A maioria desses alimentos contém mais carboidratos processados, mais gordura e menos fibras.

Reeducação alimentar

É preciso que a pessoa entenda e aprenda (ou reaprenda) o significado e a importância de se comer bem (e não bastante!), isto é, de trocar os maus hábitos por bons hábitos alimentares. Trata-se de um novo estilo de vida, de ampliar conceitos, mudar costumes, o que não é nada fácil, ainda que possível. É por isso que a educação alimentar é tão importante.

Orientações nutricionais

Várias orientações nutricionais são importantes para a educação alimentar. Confira algumas:

■ Seja realista: faça pequenas mudanças no modo como você se alimenta e no seu nível de atividade física. Não comece com grandes alterações, vá passo a passo. Após o primeiro pequeno sucesso, estabeleça um novo objetivo e prossiga.

■ Seja aventureiro, saia da mesmice! experimente alimentos e preparações que você não conhece, especialmente se forem à base de frutas e verduras. Comece por aquele alimento que você nunca experimentou. Ele pode ser gostoso e irá ajudar você a melhorar o seu consumo de nutrientes.

■ Seja flexível: não fique pensando se você cumpriu ou não os seus objetivos em apenas uma refeição. O ideal é ter um plano diário, mas caso você exagere em uma refeição, coma menos na próxima.

■ Seja sensível: aprecie todos os tipos de alimentos e preparações.

■ Prefira uma dieta pobre em gordura e em colesterol e rica em frutas e verduras.

■ Modere as quantidades de açúcares e sal

■ Caso consuma bebida alcoólica, faça-o com moderação.

■ Beba, no mínimo, oito copos de água por dia entre as refeições.

■ Estabeleça horários fixos para se alimentar.

■ Divida a alimentação em cinco ou seis refeições (café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), reduzindo a quantidade consumida em cada uma delas.

■ Prepare o prato com toda a quantidade de alimentos a ser consumida, para ter o controle da quantidade que vai comer

■ Prefira ambientes agradáveis para fazer as refeições e evite assistir televisão enquanto come.

■ No almoço e no jantar, coma primeiro os vegetais crus e folhosos, como o alface e a rúcula, pois eles promovem uma sensação de saciedade mais rápida. Isso fará com que sua fome diminua e você coma os outros alimentos em menor quantidade.

É importante deixar claro que essas são apenas algumas orientações gerais. A obesidade, como já mostramos, é uma doença e como tal deve ser orientada e tratada pelo profissional adequado, neste caso o nutricionista e médico.

imentos calóricos e a presença de genes que tornam a obesidade mais provável. Porém, acima de tudo, a obesidade resulta do consumo de mais calorias do que o corpo precisa, por um longo período.
Causas da obesidade