08 de Agosto: Dia Nacional do Combate ao Colesterol

 

Publicado em: 08/08/2022 08:31 | Fonte/Agência: Patricia Santos / Associação Regional de Saúde do Sudoeste

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08 de Agosto: Dia Nacional do Combate ao Colesterol

Foto: Patricia Santos / Associação Regional de Saúde do Sudoeste

No dia 08 de Agosto é comemorado o Dia Nacional do Combate ao Colesterol.

Para falar sobre o tema, conversamos com Alline Ronsani, Nutricionista que atende na ARSS - Associação Regional de Saúde do Sudoeste:

O que acontece se o colesterol não for controlado?
O colesterol é um conjunto de gorduras necessárias para o organismo exercer determinadas funções, como a produção de alguns hormônios. Ele é, portanto, importante e precisa ser ingerido de forma equilibrada para que seus níveis se mantenham regulares.
Há dois tipos de colesterol: o HDL, considerado “colesterol bom” e o LDL, denominado “colesterol ruim”. Cada grupo pode contribuir para a redução ou aumento dos índices. Quando em desequilíbrio no organismo, o colesterol torna-se fator de risco para doenças cardiovasculares, aumentando a incidência de Acidente Vascular Cerebral, de morte súbita e de doença coronariana.
As doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos registrados anualmente no Brasil. O desenvolvimento dessas doenças está associado a diversos fatores de risco, tais como: obesidade, aumento do colesterol, pressão alta, diabetes e tabagismo, que podem ser controlados com alimentação saudável e prática de atividades físicas.
Além desses fatores, a hereditariedade pode determinar um colesterol alto mesmo em pessoas que tenham hábitos saudáveis, por isso, além da prática de atividade física e da alimentação equilibrada é importante verificar regularmente as taxas de gordura no sangue .

Quais são os sintomas de colesterol alto?
Os sintomas de colesterol alto, em geral, não existem, só sendo possível identificar o problema através do exame de sangue. Cansaço, dor de cabeça, falta de ar, dor ou desconforto no peito, palpitações e fadiga quando realizado esforço físico podem indicar doenças cardiovasculares que tem grande correlação com altos níveis de colesterol. Porém o excesso de colesterol pode levar ao depósito de gordura no fígado, o que em algumas pessoas pode gerar sinais como:

  • Bolinhas de gordura na pele, conhecido como xantelasma;
  • Inchaço do abdômen sem razão aparente;
  • Aumento da sensibilidade na região da barriga.

Qual exame deve ser realizado para verificar os níveis de colesterol?
Perfil lipídico, também conhecido como lipidograma, é o exame de sangue capaz de determinar a quantidade de lipídios na circulação sanguínea. Os lipídios são moléculas de gordura, como LDL, HDL, VLDL e triglicerídeos, que quando estão em valores fora do normal, representam um grande risco para desenvolver doenças cardiovasculares. O exame de perfil lipídico é solicitado com o objetivo de identificar o risco destas doenças e ajudar a orientar o tratamento ideal para cada pessoa, como forma de impedir complicações à saúde. Para determinar o perfil lipídico é colhido um exame de sangue, que pode ou não ser feito em jejum.
No Lipidograma é possível observar os valores de:
- Colesterol LDL: Considerado o colesterol mau.
- Colesterol HDL: Considerado o colesterol bom, por isso é o único que deve estar elevado, como forma de prevenir o risco de doenças cardiovasculares.
- Colesterol VLDL: É o tipo de colesterol que tem como função o transporte dos triglicerídeos e do colesterol para os tecidos do corpo, e faz parte do grupo colesterol não-HDL, por isso, deve ser mantido em valores baixos.
- Colesterol não-HDL: É a soma de todos os tipos de colesterol, exceto o HDL e, assim como o colesterol LDL isolado, também é considerado um importante fator de risco de doenças cardiovasculares, e podem ser utilizados para o acompanhamento e orientação do tratamento.
- Colesterol Total: É a soma do HDL, LDL e do VLDL. Quando está alto, aumenta o risco de doenças como infarto, AVC, angina ou pancreatite, por exemplo. Entretanto, deve-se ter em consideração que, se o colesterol bom (HDL) estiver muito alto, pode aumentar o valor do colesterol total, por isso, é sempre importante comparar os valores do perfil lipídico completo.
- Triglicerídeos: Também conhecidos como triglicérides, estas moléculas de gordura são uma importante fonte de energia para o corpo e para os músculos, entretanto, quando estão elevados na circulação sanguínea, podem facilitar o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Quais alimentos são indicados para o controle do colesterol?
Mudanças no estilo de vida é essencial, a dupla hábitos alimentares saudáveis e prática regular de exercícios físicos é capaz de manter as taxas de colesterol bom (HDL) e ruim (LDL) em perfeito equilíbrio, afastando de perto o risco de infarto e derrame cerebral, além de outras doenças. Cito aqui alguns alimentos, para encampar uma batalha contra o colesterol alto e sair vencedor sem abrir mão de comer bem:

Peixes: Eles são excelente fonte de ácido graxo ômega 3, um tipo de gordura boa, do tipo insaturada, encontrada nos peixes de água fria, como salmão, atum e truta;
Aveia: Além das fibras insolúveis, a aveia contém uma fibra solúvel chamada betaglucana, que exerce efeitos benéficos ao nosso organismo. Ela retarda o esvaziamento gástrico, promovendo maior saciedade, melhora a circulação, controla a glicemia (açúcar no sangue) e inibe a absorção de gordura (colesterol). “A aveia diminui as concentrações de colesterol total, lipídios totais e triglicerídeos de forma significativa e aumenta a fração do bom colesterol (HDL);
Oleaginosas: Nozes e castanhas apresentam grande quantidade de antioxidantes, responsáveis por combater o envelhecimento celular e prevenir doenças coronárias, além de diversos tipos de câncer;
Chocolate Amargo: chocolate amargo pode fazer parte da sua dieta, porque é rico em flavonoides (substâncias que diminuem o LDL). Diariamente, inclua 30g do doce como sobremesa. Só não vale compensar: a porção de hoje não fica acumulada para amanhã, ou seu organismo não dá conta de aproveitar os benefícios;
Azeite: É fonte de ácido oleico, que regula as taxas de colesterol e protege contra doenças cardíacas. Faz bem ao aparelho cardiocirculatório e para controlar o diabetes do Tipo 2, reduzindo a taxa glicêmica. É também uma grande fonte de antioxidantes, como a vitamina E;
Alcachofra: Suas fibras são resistentes à ação de enzimas e por isso apresentam muitas vantagens, entre as quais: diminuição dos níveis de colesterol e triglicérides sanguíneos ; redução do risco de obesidade e diabetes, fatores de risco para a saúde do coração. Uma porção de 100 g possui apenas 50 calorias. “Como ela ajuda na quebra de gorduras e no controle do colesterol, é bastante recomendada para prevenir doenças cardíacas;
Laranja: Ela não é boa só para gripes e resfriados. Um estudo realizado pela Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, e publicado na revista American Heart Association, concluiu que os flavonoides, substâncias antioxidantes presentes na fruta, diminuem os níveis de LDL (colesterol ruim) no organismo;
Vinho: A ingestão moderada da bebida (uma a duas doses por dia) promove elevação de aproximadamente 12% nos níveis de HDL, colesterol bom, semelhante à encontrada com a prática de exercícios;
Linhaça: A semente é um dos alimentos mais ricos em ômega 3, por isso, é responsável por prevenir doenças cardiovasculares, e evitar coágulos ao diminuir as taxas de colesterol total e de LDL colesterol (ruim) e aumentar as de HDL colesterol (bom);
Chá: Principalmente o chá verde, pois os flavonoides, encontrados nesse tipo de chá, funcionam como antioxidantes e ajudam a prevenir a inflamação dos tecidos.

Quais alimentos devem ser evitados?
Existem alguns alimentos que apresentam composições nutricionais ricas em gorduras saturadas, por exemplo, e tem a capacidade de aumentar o LDL no organismo, principalmente as tipo “trans”. O colesterol é encontrado em alimentos de origem animal, evite carnes gordas, embutidos em geral, leite e derivados, margarina, frituras em geral e industrializados.

Aline de Carli Ronsani é Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica Funcional.
Atua no MACC - Modelo de Atenção às Condições Crônicas, na ARSS.